“De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein”, dizia o arquiteto brasileiro mundialmente famoso Oscar Niemeyer.

O carioca, que faleceu em 2012, pouco antes de completar 105 anos, deixou sua herança para a arquitetura moderna com seus tradicionais edifícios inovadores de concreto armado, que se transformaram em sua marca registrada.

Para se ter uma ideia de sua importância, o arquiteto assinou obras como:

• A sede da ONU, em Nova Iorque;
• Os edifícios de Brasília;
• O Museu de Arte Moderna de Niterói;
• A sede do Partido Comunista francês, em Paris.

Ele, porém, não foi o único profissional de renome a usar as curvas na arquitetura: trata-se de um recurso popular, que permite unir forma e função de modo a criar edifícios bonitos e que supram as necessidades de quem os frequenta.

Quer aprender mais sobre o assunto? Então continue lendo o artigo e confira o porquê de as curvas atraírem tanto o ser humano, bem como algumas construções emblemáticas que usam esse recurso:

Curvas, uma preferência inata do ser humano

É difícil que uma pessoa prefira um projeto de arquitetura feito principalmente de ângulos retos em comparação a outro cujo desenho é repleto de curvas.

Esse fenômeno, entretanto, não é explicado por gostos pessoais. Especialistas afirmam que trata-se de algo inato, relacionado ao instinto de sobrevivência do ser humano.

Uma das investigações feitas a respeito desse assunto foi realizada na Universidade de Toronto, sob a supervisão do psicólogo Oshin Vartanian. Nela, voluntários observavam diversas imagens, que eram classificadas como bonitas ou feias.

A conclusão do pesquisador foi que, independentemente do item em questão ser uma obra de arquitetura ou a logomarca de uma empresa, a imagem com presença de curvas tende a ativar uma zona do cérebro chamada córtex cingulado anterior, associada às emoções.

Outra pesquisa – essa da Universidade de Harvard – constatou que, quando uma pessoa é exposta a uma imagem que consiste majoritariamente de linhas retas, há uma ativação da amídala, tecido que é relacionado ao medo.

Por conta disso, os investigadores responsáveis acreditam que a preferência pelas curvas é algo inato, provavelmente residual dos instintos de nossos antepassados. Logo, não pode ser controlado.

Edifícios emblemáticos com curvas

Antes mesmos de tais pesquisas serem realizadas, a preferência humana por formas curvas, redondas e ovaladas já era conhecida por profissionais de arquitetura e engenharia.

Por conta disso, é comum que projetos casas modernas usem esse recurso de modo extensivo. A ideia por trás da estratégia é fazer com que o ambiente seja o mais agradável possível.

Da mesma forma, há edifícios de grande porte, famosos no mundo inteirio, que usam essas formas de modo a aprimorar o seu design. Confira alguns deles a seguir:

1. Museu Oscar Niemeyer

O arquiteto Oscar Niemeyer deu seu nome a uma de suas obras. O local trata-se de um museu, localizado em Curitiba, que é o maior da América Latina, além de ser o ponto turístico mais visitado da região.

Além do tamanho, sua aparência é algo que atrai a atenção dos visitantes: ele tem uma forma curva em sua parte superior que lembra um olho, motivo pelo qual também é conhecido por Museu do Olho.

2. Edifício Copan

A maior estrutura de concreto armado da América Latina e o maior edifício residencial da região também são assinados por Niemeyer.

Trata-se de uma obra impressionante tanto pelo desenho quanto pelo trabalho de arquitetura e construção. O edifício tem um formato que simula uma onda em pleno centro de São Paulo.

3. Museus Guggenhein

Em todo o mundo, os museus Guggenhein chamam a atenção não apenas pelo farto acervo, como, também, pelo seu formato. O de Bilbao, na Espanha, é feito como se fosse uma sucessão de camadas metálicas curvas, e foi assinado por Frank Gehry.

Já o de Nova Iorque tem uma inspiração diferente, mas não deixa de ser interessante. Seu formato lembra o de um cone virado ao contrário, totalmente arredondado.

É um ponto de fluidez em meio a uma das cidades mais movimentadas do mundo. A obra é assinada por Frank Lloyd Wright.

4. Ópera de Arame

Há, ainda, outro ponto turístico que é considerado uma obra arquitetônica emblemática: a Ópera de Arame, localizada em Curitiba.

O local, projetado por Domingos Bongestabs, é totalmente redondo,  feito de fios de metal unidos, característica que deu seu nome.

Além disso, ela fica suspensa sobre um lago e ao lado de um parque, permitindo que os seus visitantes tenham um breve contato com a natureza em meio à cidade.